O resgate de tudo o que é singelo. A luta pela felicidade em vida. A
revolta por tudo aquilo que, embora lógico, não faz sentido (e, ainda
assim, é aceito!). A palavra que é sentida pelo coração. Uma árvore, uma
horta, uma amizade, a arte, Deus, Inferno, milagres, morte – todos eles
ganham uma nova (ou seria mais honesta?!) dimensão em Ostra feliz não faz pérola, de Rubem Alves.
Dividido em onze capítulos temáticos (Caleidoscópio, Amor, Beleza,
Crianças, Educação, Natureza, Política, Saúde Mental, Religião, Velhice e
Morte), o livro é uma coleção de recortes que abordam o viver por
diversos prismas.
Cada uma das partes, por sua vez, é composta por pequenos textos – fragmentos do próprio Alves, trechos e citações que o inspiraram, seja na literatura, na música ou de pessoas do cotidiano do autor.
Cada uma das partes, por sua vez, é composta por pequenos textos – fragmentos do próprio Alves, trechos e citações que o inspiraram, seja na literatura, na música ou de pessoas do cotidiano do autor.
A reflexão que nomeia a obra já nos dá um aperitivo da poesia disfarçada
de prosa que compõem todo o livro e que nos delicia a cada página. A
escrita, de forma delicada e sincera, é uma verdadeira conversa com
todos os leitores. Prosa mineira, taciturna, que sempre percebe o que há
de bom, de melhor, de lindo, sem abandonar as suas convicções.
E por falar em convicções, a leitura de Ostra feliz não faz pérola deve
ser feita com o coração aberto. Aberto aos novos e distintos pontos de
vista. As visões do Rubem Alves psicanalista, filósofo e teólogo se
fundem, gerando conceitos educacionais e religiosos que se diferem
daquilo que a maior parte das pessoas está acostumada. Se assim você o
fizer, conseguirá pensar em como você mesmo vê o mundo e quais são suas
opiniões sobre ele.
Embora já houvesse lido alguns textos de Rubem Alves, Ostra feliz não faz pérola
foi a primeira obra completa que li deste autor. Assim como ocorrera
outrora com os textos soltos, posso afirmar que o livro é um primor que
nos conduz a uma celebração da vida. Sem dúvida, uma obra digna de ser
lida, relida, dessas que deixamos em nossa cabeceira, sempre à mão!
Livro: Ostra feliz não faz pérola
Autor: Rubem Alves
Páginas: 280
Editora: Planeta
Sinopse: O autor define seu livro: “Pessoas felizes não sentem
necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou arte, surge
sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída. Por vezes, a
dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade. Este
livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da
dor, escrevi”.
Fonte: Algumas Observaçoes
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