A Experiência da Prisão de Stanford contava com 24 voluntários mentalmente saudáveis que foram divididos em dois grupos: Guardas e Prisioneiros. Enquanto os “guardas” tinham como dever manter a ordem, aos “prisioneiros” foi dada a tarefa de rebelarem-se contra o sistema. O experimento que deveria durar 14 dias acabou durando apenas seis. Por quê?
Infelizmente o experimento provou o que o Dr. Zimbardo queria provar mais rápido do que ele esperava. No sexto dia, tudo já havia saído de controle – as agressões físicas, emocionais e psicológicas do grupo que representava os guardas sobre os prisioneiros começou a ir longe demais. Acredita-se que até mesmo Zimbardo tenha sucumbido ao “Efeito Lúcifer” (nome dado ao livro do médico sobre o estudo), uma vez que demorou a intervir e apenas assistia ao desenrolar da história.
“Minos” por Gustave Doré
O termo “Efeito Lúcifer” faz referência a uma das parábolas cristãs,
onde Lúcifer, do latim “Portador da Luz”, se torna o que hoje algumas
comunidades religiosas consideram como o Diabo.O estudo se assemelha a uma experiência de 10 anos antes, do também psicólogo Milgran, que aborda o efeito da autoridade nas pessoas e como boa parte da raça humana prefere seguir às cegas as ordens de alguém (que represente autoridade de alguma maneira) do que usar o próprio cérebro, muitas vezes indo contra seu próprio código moral – pra quem quiser, vídeos sobre os estudos de Milgran podem ser facilmente encontrados no YouTube.
Stanley Milgran, em 1961, reuniu 40 voluntários na Universidade de Yale para sua experiência que, a priori, parecia simples e, para os mais otimistas, a premissa de um estudo fracassado. De um lado, um ator ligado a fios elétricos e demais aparatos preparados para lhe dar choques – ainda que não houvesse nenhuma corrente elétrica de fato. Do outro, os voluntários. Eram feitas perguntas de conhecimento geral ao ator que errava as respostas propositalmente. A cada rodada de perguntas os voluntários deveriam apertar um botão que daria choques, cada vez mais fortes, a cada resposta errada. O ator reagia aos falsos choques sempre que o botão era acionado.
Os resultados foram alarmantes: 65% dos voluntários prosseguiram até os choques de 450 volts – “letais”. Quando os voluntários hesitavam, Milgram dizia para que eles continuassem. Uma porcentagem ínfima se recusou a prosseguir e deixou a sala onde o experimento era conduzido, mas nenhum deles tentou ajudar a falsa vítima e muito menos denunciaram o que estava acontecendo naquele lugar.
Anos depois os estudos foram refeitos e, infelizmente, a taxa de 65% se manteve.
Dentre os fatos históricos que podem ser associados ao Efeito Lúcifer e à Experiência de Milgram sobre obediência a autoridades estão, obviamente, as repugnantes ações desencadeadas pelo Nazismo – ponto de partida para o estudo de Milgram que tentava entender como cidadãos normais se tornaram os algozes das “minorias” durante o regime de Hitler – a escravidão e, mais recentemente, as torturas sofridas por prisioneiros em bases militares ao redor do mundo, como por exemplo a Prisão de Guantánamo, em Cuba. Em 2009, após inúmeros escândalos envolvendo militares norte-americanos torturando prisioneiros, Barack Obama, recém-eleito presidente dos EUA, ordenou o fechamento da prisão.
Ainda entre o lodo existente entre as comprovações dos dois experimentos, estão grupos como o Estado Islâmico, o Hamas, a Al-Qaeda e o Boko Haram, que seguem doutrinas religiosas extremistas. Grupos de “Supremacia Branca”, como o Ku Klux Kan, também se encaixam no padrão.
Em 1988, Oprah Winfrey recebeu em seu programa membros do Ku Klux Kan – experiência que ela diz ter sido uma das piores de sua vida. Em 2011, dois dos participantes voltaram ao programa para se desculpar com a apresentadora. Mike, que na época defendeu o uso de extrema violência contra grupos de descendência africana, desta vez chorava compulsivamente no palco e disse sobre si mesmo: “Aquela criança estava completamente perdida”.
É comum, quando somos jovens, termos um código moral um tanto quanto maleável. Estamos tentando ser aceitos pelas pessoas “populares” e muitas vezes entramos em um perigoso jogo de autoridades respeitando pessoas que estão tão perdidas quanto nós. Infelizmente carregamos essa maleabilidade do nosso código moral até o em momento que sentamos com ele, revisamos cada palavrinha (até aquelas miudinhas no rodapé) e depois de muito rasurar, reescrever e desenhar um sorriso no cantinho, assinamos com uma caneta dourada e carregamos com honra um código de regras que nos faz sentido.
Não seríamos nós responsáveis por criar um código moral íntegro que resista aos tempos difíceis? Por que estamos querendo que OUTROS deem o exemplo?
Será que não somos nós (eu e você) que começamos uma reação em cadeia quando jogamos o pequeno papel de bala no chão ou quando não ajudamos aquela senhorinha a subir no ônibus enquanto crianças assistem aquela cena onde ninguém ajuda ninguém e acabam carregando isso em seus códigos morais por toda a vida, passando pra frente o conceito de “tudo bem ficar só olhando sem ajudar”?
Não serão essas crianças nossos políticos e advogados? Não serão eles os NOSSOS médicos quando formos NÓS os idosos? Como estamos NÓS (e não o governo, o político tal, a fulana…) influenciando as crianças ao nosso redor? Não somos nós, a sociedade moderna, responsáveis por mudar o que está errado na sociedade moderna?
Levando em consideração o simples fato de que você é o ÚNICO representante de si mesmo em todo o universo, que é você o responsável por 100% das suas ações, de todo ‘sim’ e ‘não’ que você profere, como você está contribuindo para um mundo melhor? Muitas perguntas? Muito confuso? Que decisões tomar?
A filosofia milenar havaina do Ho’Oponopono sugere que cada um de nós só precisa compreender um único conceito para atingirmos a paz mundial:
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