Todo filme que se preza possui um clímax. Aquele momento no qual
atinge seu auge, fazendo a história culminar em algo digno de se
emocionar no caso de dramas, de se surpreender no caso dos suspenses, ou
querer alguém pra abraçar durante aquela comédia romântica. Porém,
existem aqueles que conseguem mudar completamente a sua percepção de
tudo o que aconteceu.
Conhecido como “ponto de virada” ou plot twist, esse é um recurso de roteiro que revela algo surpreendente, capaz de lhe fazer repensar tudo o que achava ter entendido até então, ao apresentar um novo ponto de vista do que foi narrado. É a explicação de toda e qualquer dúvida. Um momento no qual cada detalhe anterior faz mais sentido e, por essa razão, é aconselhável que você os assista mais de uma vez. A primeira vez para o choque, a segunda para notar esses pormenores, que transformam a obra em algo digno do adjetivo “brilhante”.
Essa lista foi feita com o maior cuidado para não revelar possíveis pistas e muito menos informações que sugerem o tal ponto de virada, uma vez que isso irá arruinar sua primeira experiência. Algo que não tem volta. Recomendo também que você os assista sem tentar adivinhar o que irá acontecer e, evitem trailers sempre que possível.
No ano de 1954, um agente federal chamado Andrew Daniels está investigando o desaparecimento de uma mulher, fugitiva de um hospital psiquiátrico para criminosos. O hospital fica localizado em uma ilha, que dá nome ao filme (“Shutter Island”), e acredita-se que a fugitiva esteja pelas redondezas, já que a única entrada e saída do local é altamente vigiada.
As coisas começam a ficar cada vez mais misteriosas conforme Daniels vai se aprofundando nas investigações, ao mesmo tempo em que começa a sofrer alucinações e observar comportamentos estranhos. Em determinado momento, as coisas começam a ficar realmente confusas, até que é revelado algo que ninguém esperava. O ponto de virada faz com que toda a história se torne exponencialmente mais interessante. Após conectar todos os pontos, claramente explicado ao espectador, tudo passa a fazer mais sentido.
Baseado no livro de Dennis Lehane (mesmo autor de “Sobre Meninos e Lobos”), o thriller é dirigido por Martin Scorsese e protagonizado por Leonardo DiCaprio – uma dupla que parece não se desgrudar, mas que só nos presenteia com incríveis resultados. O elenco ainda conta com Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow e Michelle Williams.
Esse é um filme que possui, talvez, um ponto de virada não tão surpreendente. Digo, ele pode ser um pouco previsível para os espectadores mais atentos. Porém, nada pode desqualificar o ápice da história, na qual, mesmo se você estiver esperando por tal conclusão, continua sendo extremamente chocante.
Eva tem a vida completamente mudada após a notícia de sua gravidez, o que faz com que ela haja de maneira um tanto displicente durante a gestação. Após o nascimento de Kevin , a mãe tem dificuldades em criar empatia com a criança, que parece rejeitá-la de uma forma que beira o cruel. Mesmo com todo seu esforço para fazer dar certo o amor entre mãe e filho, Kevin cresce com total antipatia a ela, além de demonstrar frequentemente o quanto ele não tem a menor intenção de mudar.
A construção do roteiro funciona de forma espetacular, mas necessita da total atenção do espectador, pois divide momentos intercalados entre presente e passado para narrar os acontecimentos. Além disso, o filme é repleto de simbologias e mensagens ao longo de toda sua duração, dando sugestões subliminares sobre o desfecho da história.
A obra é uma adaptação do best-seller “We Need to Talk About Kevin”, da autora Lionel Shriver, trazendo no elenco brilhantes atuações de Tilda Swinton e Ezra Miller. É um daqueles filmes que consegue lhe atormentar por algum tempo mesmo após assisti-lo.
Pra mim, esse é um dos longas argentinos favoritos de todos os tempos, que traz consigo um dos plot twists mais sensacionais já visto no cinema. Escrito e dirigido por Fabián Bielinsky – que infelizmente veio a falecer em 2006, em São Paulo –, Nove Rainhas consegue apresentar uma história original, divertida e com atuações respeitáveis de Ricardo Darín e Gastón Pauls.
O filme todo apresenta momentos de genialidade, mas é chegando próximo ao final que seu mundo é virado de cabeça pra baixo. É difícil comentar sem dar algum spoiler e acabar tirando toda a graça. Por isso, irei apenas dar o enredo curto: Marcos e Juan são dois golpistas que acabam tendo seus caminhos cruzados e por uma eventualidade têm a chance de pôr as mãos em uma coleção rara – e falsa – de selos, já com um comprador certo. Porém, um imprevisto acaba acontecendo e eles decidem usar o que sabem melhor (enganar os outros) para não perderem a oportunidade.
Como já mencionado, o filme é tão brilhante que, assisti-lo múltiplas vezes o torna cada vez mais especial e, por não se basear só no ponto de virada, é algo aproveitável do início ao fim.
Pedro Almodóvar dá vida a esse incrível longa-metragem estrelado por Antonio Banderas, com uma história realmente contundente, principalmente quando começa a revelar o que ninguém estava esperando.
O Dr. Robert Ledgard é um renomado cirurgião plástico que, após a morte de sua esposa em um trágico acidente de carro – o qual a queimou viva –, decide sintetizar uma pele em laboratório que pode resistir a queimaduras, cortes ou qualquer outro tipo de dano. O grande choque é que seu “rato de laboratório” é uma bela mulher chamada Vera Cruz, interpretada pela talentosa espanhola Elena Anaya. Misteriosa e instável, Vera tem uma estranha ligação com o passado do médico, que pouco a pouco vem à tona.
Quando for assistir, é bom que tenha uma almofada embaixo, pois seu queixo com absoluta certeza cairá no chão.
Acredito que esse seja um filme que pode figurar em todas as listas possíveis e imaginárias do universo, uma vez que traz consigo tantas particularidades que merecem ser destacadas. Referência na cultura pop e um dos maiores fenômenos das últimas décadas, Clube da Luta completou 15 anos em 2014, portanto é difícil encontrar alguém que não o tenha assistido. Mesmo assim, não teria como deixá-lo de fora.
Dirigido incrivelmente por David Fincher, baseado na obra do gênio Chuck Palahniuk, cada cena faz parte de um plano milimetricamente arquitetado. Quando um insone trabalhador comum (Edward Norton) conhece um imprudente vendedor de sabão (Brad Pitt), sem respeito algum por autoridades ou qualquer regra social, ele tem sua vida mudada. Juntos acabam criando o que viria a ser um clube da luta, apenas para aliviar o estresse de suas miseráveis existências, mas a partir disso as coisas vão se encaminhando para algo muito maior.
Quando finalmente a ficha cai, você se pergunta como foi enganado durante tanto tempo. Mas enganado de uma forma boa, convincente e que criou uma atmosfera perfeita pra entender – ou não – a psiquê do protagonista.
Fonte: Rafael Gringo / Afronte
Conhecido como “ponto de virada” ou plot twist, esse é um recurso de roteiro que revela algo surpreendente, capaz de lhe fazer repensar tudo o que achava ter entendido até então, ao apresentar um novo ponto de vista do que foi narrado. É a explicação de toda e qualquer dúvida. Um momento no qual cada detalhe anterior faz mais sentido e, por essa razão, é aconselhável que você os assista mais de uma vez. A primeira vez para o choque, a segunda para notar esses pormenores, que transformam a obra em algo digno do adjetivo “brilhante”.
Essa lista foi feita com o maior cuidado para não revelar possíveis pistas e muito menos informações que sugerem o tal ponto de virada, uma vez que isso irá arruinar sua primeira experiência. Algo que não tem volta. Recomendo também que você os assista sem tentar adivinhar o que irá acontecer e, evitem trailers sempre que possível.
1. Ilha do Medo (2010)
No ano de 1954, um agente federal chamado Andrew Daniels está investigando o desaparecimento de uma mulher, fugitiva de um hospital psiquiátrico para criminosos. O hospital fica localizado em uma ilha, que dá nome ao filme (“Shutter Island”), e acredita-se que a fugitiva esteja pelas redondezas, já que a única entrada e saída do local é altamente vigiada.
As coisas começam a ficar cada vez mais misteriosas conforme Daniels vai se aprofundando nas investigações, ao mesmo tempo em que começa a sofrer alucinações e observar comportamentos estranhos. Em determinado momento, as coisas começam a ficar realmente confusas, até que é revelado algo que ninguém esperava. O ponto de virada faz com que toda a história se torne exponencialmente mais interessante. Após conectar todos os pontos, claramente explicado ao espectador, tudo passa a fazer mais sentido.
Baseado no livro de Dennis Lehane (mesmo autor de “Sobre Meninos e Lobos”), o thriller é dirigido por Martin Scorsese e protagonizado por Leonardo DiCaprio – uma dupla que parece não se desgrudar, mas que só nos presenteia com incríveis resultados. O elenco ainda conta com Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow e Michelle Williams.
2. Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011)
Esse é um filme que possui, talvez, um ponto de virada não tão surpreendente. Digo, ele pode ser um pouco previsível para os espectadores mais atentos. Porém, nada pode desqualificar o ápice da história, na qual, mesmo se você estiver esperando por tal conclusão, continua sendo extremamente chocante.
Eva tem a vida completamente mudada após a notícia de sua gravidez, o que faz com que ela haja de maneira um tanto displicente durante a gestação. Após o nascimento de Kevin , a mãe tem dificuldades em criar empatia com a criança, que parece rejeitá-la de uma forma que beira o cruel. Mesmo com todo seu esforço para fazer dar certo o amor entre mãe e filho, Kevin cresce com total antipatia a ela, além de demonstrar frequentemente o quanto ele não tem a menor intenção de mudar.
A construção do roteiro funciona de forma espetacular, mas necessita da total atenção do espectador, pois divide momentos intercalados entre presente e passado para narrar os acontecimentos. Além disso, o filme é repleto de simbologias e mensagens ao longo de toda sua duração, dando sugestões subliminares sobre o desfecho da história.
A obra é uma adaptação do best-seller “We Need to Talk About Kevin”, da autora Lionel Shriver, trazendo no elenco brilhantes atuações de Tilda Swinton e Ezra Miller. É um daqueles filmes que consegue lhe atormentar por algum tempo mesmo após assisti-lo.
3. Nove Rainhas (2000)
Pra mim, esse é um dos longas argentinos favoritos de todos os tempos, que traz consigo um dos plot twists mais sensacionais já visto no cinema. Escrito e dirigido por Fabián Bielinsky – que infelizmente veio a falecer em 2006, em São Paulo –, Nove Rainhas consegue apresentar uma história original, divertida e com atuações respeitáveis de Ricardo Darín e Gastón Pauls.
O filme todo apresenta momentos de genialidade, mas é chegando próximo ao final que seu mundo é virado de cabeça pra baixo. É difícil comentar sem dar algum spoiler e acabar tirando toda a graça. Por isso, irei apenas dar o enredo curto: Marcos e Juan são dois golpistas que acabam tendo seus caminhos cruzados e por uma eventualidade têm a chance de pôr as mãos em uma coleção rara – e falsa – de selos, já com um comprador certo. Porém, um imprevisto acaba acontecendo e eles decidem usar o que sabem melhor (enganar os outros) para não perderem a oportunidade.
Como já mencionado, o filme é tão brilhante que, assisti-lo múltiplas vezes o torna cada vez mais especial e, por não se basear só no ponto de virada, é algo aproveitável do início ao fim.
4. A Pele que Habito (2011)
Pedro Almodóvar dá vida a esse incrível longa-metragem estrelado por Antonio Banderas, com uma história realmente contundente, principalmente quando começa a revelar o que ninguém estava esperando.
O Dr. Robert Ledgard é um renomado cirurgião plástico que, após a morte de sua esposa em um trágico acidente de carro – o qual a queimou viva –, decide sintetizar uma pele em laboratório que pode resistir a queimaduras, cortes ou qualquer outro tipo de dano. O grande choque é que seu “rato de laboratório” é uma bela mulher chamada Vera Cruz, interpretada pela talentosa espanhola Elena Anaya. Misteriosa e instável, Vera tem uma estranha ligação com o passado do médico, que pouco a pouco vem à tona.
Quando for assistir, é bom que tenha uma almofada embaixo, pois seu queixo com absoluta certeza cairá no chão.
5. Clube da Luta (1999)
Acredito que esse seja um filme que pode figurar em todas as listas possíveis e imaginárias do universo, uma vez que traz consigo tantas particularidades que merecem ser destacadas. Referência na cultura pop e um dos maiores fenômenos das últimas décadas, Clube da Luta completou 15 anos em 2014, portanto é difícil encontrar alguém que não o tenha assistido. Mesmo assim, não teria como deixá-lo de fora.
Dirigido incrivelmente por David Fincher, baseado na obra do gênio Chuck Palahniuk, cada cena faz parte de um plano milimetricamente arquitetado. Quando um insone trabalhador comum (Edward Norton) conhece um imprudente vendedor de sabão (Brad Pitt), sem respeito algum por autoridades ou qualquer regra social, ele tem sua vida mudada. Juntos acabam criando o que viria a ser um clube da luta, apenas para aliviar o estresse de suas miseráveis existências, mas a partir disso as coisas vão se encaminhando para algo muito maior.
Quando finalmente a ficha cai, você se pergunta como foi enganado durante tanto tempo. Mas enganado de uma forma boa, convincente e que criou uma atmosfera perfeita pra entender – ou não – a psiquê do protagonista.
Fonte: Rafael Gringo / Afronte
Nenhum comentário:
Postar um comentário