quarta-feira, 25 de maio de 2016

Resenha: O diário de Anne Frank

Título Original: Het Achterhuis - Dagboekbrieven / Das Tagebuch der Anne Frank
Autor: Anne Frank (Edição por Otto Frank)
Ano: 1947
Ano da Edição: 2013
Editora: BestBolso
Páginas: 378
ISBN: 9788577990009
Avaliação: ★★★★★ 

Sinopse: 12 de junho de 1942 – 1º de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de longos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente foi para Auschwitz, e mais tarde para Bergen-Belsen. A força da narrativa de Anne, com impressionantes relatos das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus, faz deste livro um precioso documento. Seu diário já foi traduzido para 67 línguas, e é um dos livros mais lidos do mundo. Ele destaca sentimentos, aflições e pequenas alegrias de uma vida incomum, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e, principalmente, revela a rara nobreza de um espírito amadurecido no sofrimento. Um retrato da menina por trás do mito.
 1942, Holanda, Segunda Guerra Mundial. Hitler está no poder com sua filosofia nazista que dentre tantas características, oprime veementemente os judeus. Exatamente a "raça" da nossa Anne Frank e sua família. Aquela altura da sua vida, Anne era apenas uma garota de 12 anos que vivia com seus pais Edith Frank e Otto Frank, além do sua irmã primogênita Margot Frank
  
 Anne era uma garota normal como qualquer outra da sua idade, porém muito observadora. No dia do seu 13º aniversário, recebeu de seu pai um diário que marcaria uma história. Nele, ela contaria tudo que sentiria para Kitty (apelido do diário que ela própria inventou) daquele dia em diante. 
"O papel tem mais paciência do que as pessoas."
Página 19
 Tudo caminha "tranquilamente" (dentro do possível naquela época), até que sua irmã recebe uma carta do Escritório Central de Emigração Judaica, na qual é convocada (leia-se obrigada) para se apresentar a um centro de concentração nazista. Otto já havia preparado um esquema caso houvesse necessidade, necessidade essa que se fez evidente naquele momento. Eles tiveram que largar tudo em suas pacatas vidas e se refugiar naquele que viria ser chamado de "Anexo Secreto", um espaço escondida pequena no edifício do Opekta, que o próprio Otto administrava. Otto tratou de deixar indícios que eles haviam partido para a Suíça. 
 Não bastasse o lugar ser muito grande (perceba-se uma ironia aqui), a família Pels passa a morar com eles ali. (Hermann, Auguste e Peter Pels) e, mais tarde, Fritz Pfeffer também. Diferentes personalidades, ainda que por uma causa comum, convivendo constante e ininterruptamente num mesmo ambiente. A crise de convivência se instala. Anne passa a transcrever os horrores, sofrimentos e descobertas de uma garota com a infância e inocência arrebatadas pela guerra.
"Quem fez isso contra nós? Quem nos separou de todo o resto? Quem nos colocou neste sofrimento? É Deus que nos fez do jeito que somos, mas também é Deus que irá nos erguer no final. Aos olhos do mundo, estamos condenados, mas se depois de todo esse sofrimento ainda sobrarem judeus, o povo judeu servirá de exemplo. Quem sabe, talvez nossa religião ensine ao mundo e às pessoas sobre a bondade, e talvez este seja o único motivo de nosso sofrimento. Nunca poderemos ser apenas holandeses, ou ingleses, ou qualquer outra coisa, sempre seremos também judeus. E teremos de continuar sendo judeus, mas, afinal, vamos querer ser."
Página 291
 Uma história que daria um incrível livro dramático se inventada por algum autor. Mas não, não era essa a questão. Ainda que questionada por alguns sobre a veracidade de todos acontecimentos (desconfiando-se de Otto), a história conta a vida real de uma garota que viu sua vida virar de ponta cabeça. S Seja pelo simples fato da escritora ser a própria "personagem" que vivenciou aqueles traumas, por sua idade ou pelo teor do conteúdo, o diário passou a ser um dos livros mais fantásticos que li, tornando-se impossível se imaginar no lugar da garota e sofrer junto com ela. Seria possível alguém conseguir manter sua sanidade em uma situação como aquela? Alguns dos habitantes dali provaram que não. Infeliz e previsivelmente o desfecho não é bom para eles. [Spoiler] Todos foram mandados para campos de concentração. Uns morreram na câmara de gás, outros por fome, exaustão ou doenças. Otto foi o único a sobreviver ao holocausto. Anne Frank faleceu no campo de concentração Bergen-Belsen no fim de fevereiro de 1945 quando tinha 16 anos. [/Spoiler]
 Desnecessário citar que super indico essa "auto-biografia" para todos lerem. Nota máxima e favoritado!
"Sempre que estiver sozinho ou triste, tente ir para o sótão num dia lindo e olhar para fora. Não para as casas e os telhados, mas para o céu. Enquanto puder olhar sem medo para o céu, saberá que é puro por dentro, e encontrará a felicidade outra vez."
Página 223

Fonte: o excelente Carlos Magnos Silva - Cantina do Livro

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